Gente, o texto da galera desse mês é o do Rodrigo de 14 anos, um colaborador aqui do blog *-*
Entro pela porta sem saber o que me esperava, chego a um corredor escuro e frio, sigo até uma porta aparentemente de metal. Estou quase congelando, mas ainda me sinto forte para enfrentar o que vinha a seguir, a porta se abre me encontro no meio de uma sala suja com uma cama no canto esquerdo, um espelho quebrado e sujo localizado na frente de uma pia também suja, passo meus olhos pelo quarto em um todo e me assusto com uma figura quase sombria no canto direito do quarto agachada em posição fetal. O guarda ao meu lado chama seu nome - DAMIEN - ele se vira, sinto um calafrio, bem, não sei exatamente o que é, é como um ar de surpresa ou medo, realmente um sentimento indefinido e confuso, quase inexplicável que eu sentia a cada momento. Sentia vontade de sair correndo e atravessar as portas desse lugar frio e sem vida, mais sabia que havia alguém, alguém que precisava de mim, Damien, ele era como um irmão pra mim, uma pessoa realmente especial. Ele havia se acidentado no natal passado, a mãe dele estava no volante e acabou morrendo, ele entrou em depressão depois disso, e a família o trouxe para um centro médico especializado em gente “doida”, mas ele não é “doido” ele não é mais a mesma pessoa de antes, o meu Damien, o menino que eu amava. Mas eu estava lá, parada, estática, sem saber o que fazer, e como um vulto ele se levantou e veio até mim, me abraçou forte, e eu fiquei parada, mas não podia ficar ali sem falar nada, eu deveria estar ajudando-o com seu problema, eu deveria ser a amiga para todas as horas, a amiga para sempre que ele conhecia, e então eu o abracei não muito forte, mais um abraço aconchegante como o de uma mãe, nesse momento me sentia uma verdadeira amiga, como uma heroína, como uma mãe. Até que ele começou a chorar, não sabia o que fazer o que falar, e então eu agachei no chão junto com ele e comecei a chorar, não sei por que, mas me sentia mal. E foi então que uma voz, como a minha consciência começou a falar – ELE PRECISA DE VOCÊ, VOCÊ É A ÚNICA PESSOA QUE ELE TEM AGORA, VAI LÁ, DE UMA FORÇA A ELE, SUA COVARDE. – e então eu me recompus, fiquei com uma face serena e ao mesmo tempo raivosa, olhei para ele nos olhos, e disse – SUA VIDA AINDA NÃO ACABOU SE RECOMPONHA E VÁ A LUTA, VOCÊ É O MEU DAMIEN! É COM VOCÊ QUE EU ENCONTRAVA OS MELHORES CONSELHOS! VOCÊ É FORTE! EU ESTOU DO SEU LADO. – quando dei por mim ele estava estático, e eu, eu fiquei surpresa com o que havia dito, coloquei a mão na boca como que dizendo a mim mesma para parar de falar aquilo, mas não conseguia, ele estava morrendo em um chão frio, sozinho, mas no fundo eu sentia que havia funcionado, ele estava levantando e sentando na cama, eu me levantei e sentei ao seu lado, ele colocou sua mão em minha perna e disse – VOCÊ ESTA CERTA. – eu estava o que? Ó meu Deus. Eu?Certa? Como?, Olhei para ele surpresa, e sem querer falei – EU? COMO? NÃO, FOI SÓ UMA COISA QUE SAIU SEM QUERER, ESQUEÇA AQUILO. – falei meio que com vergonha e surpresa, e ele sorriu. Ele sorriu! Ele está rindo de mim. Ele não pode estar fazendo isso, eu estava me desculpando e ele retribui rindo de mim? Não, isso não pode acontecer. Mas tudo bem, ignorei aquele riso quase sarcástico mais ainda sim meio carente, e foi então que Damien falou – VOCÊ ESTÁ CERTA! REALMENTE CERTA. EU SOU MUITO NOVO E TENHO MUITA VIDA PELA FRENTE PARA FICAR AQUI EM UM QUARTO ESCURO E FRIO. – é acho que eu estou certa mesmo, ele é muito novo para “morrer” não digo morrer em um sentido literal mais morrer socialmente como pessoa na sociedade, sabe? Eu deveria achar um jeito de falar alguma coisa, alguma coisa que o fizesse ter forças para sair daqui, mas, eu não sou da família, não posso tirá-lo daqui por conta própria, e então perguntei – ONDE FICA A SAÍDA MAIS PROXIMA DESSE QUARTO? – ele surpreso e meio sem entender minha pergunta diz – É PELA ESCADA DE INCENDIO NA VARANDA DO QUARTO BRANCO, O QUARTO AO LADO. – como eles podem ser tão burros? Colocar uma escada direcionada para rua em um dos quartos? Acho que acham que os loucos são tão loucos que não vão pensar em ir embora. Mas meu Damien não é assim, ele é esperto, por isso eu o amo. Num instante seguro a mão dele, e saio correndo até o próximo quarto, entro, e vejo uma senhora, aparentemente fazendo um desenho no chão, mas não quero ficar para ver o que esta desenhado. Então abro lentamente a porta da varanda tentando não fazer barulho, mais mesmo assim a senhora se vira num susto para mim e Damien, eu paro estática, e como num desempenho estratégica saio correndo puxando Damien comigo pela porta, descemos as escadas, e me sinto livre, olhamos um para o outro e começamos a rir do que acabamos de fazer, pensando bem fugir de um hospício é realmente engraçado, ou deprimente, mas não vemos tristeza nisso e continuamos a rir, ouvimos de longe um barulho, saímos correndo até o parque que ficava ali em frente. Quando chegamos ao parque sentamos em um banco do lado de um lago, ele olha para mim sério, e quase preocupado com o que irá acontecer a seguir. Olhamos-nos num relance, e começamos a nos aproximar em uma sincronia realmente inacreditavelmente mágica. E então em um momento romântico e cheio de emoção nos beijamos.




3 comentários:
ameei, *-*
interessante,
Valeeu gente, segue o blog aii *--*
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